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O ativista chegou ao Comando de Água Grande de forma calma e colaborativa, respondendo à notificação da Polícia.



Segundo informações obtidas no local, as autoridades estão a cumprir os trâmites legais, preparando o auto de notícia para remeter o processo ao Ministério Público. 


“Por enquanto, quase nada a declarar em benefício do próprio Ednei Silva.
A polícia está apenas a cumprir as formalidades da lei e a lavrar o auto de notícia para remeter o caso ao Ministério Público. O Ednei está calmo, tranquilo e humilde. Faremos tudo para defender este grande santomense.” 
Hamilton Vaz | Advogado





De acordo com o advogado, a investigação está relacionada com três vídeos divulgados nas redes sociais, nos quais o ativista expressa críticas severas à governação e às instituições do país.




O próprio Edney Silva já terá publicado um vídeo de retratação pública, assumindo que houve “excesso de linguagem motivado pela emoção”.

 


“Foi apenas um excesso de emoção.
O país vive uma situação difícil e todos nós estamos carregados de sentimentos.
Ele já se retratou e está disposto a fazê-lo novamente, caso necessário.”
 
Hamilton Vaz | Advogado



A presença de apoiantes e ativistas no local demonstrou um gesto de solidariedade para com o jovem, que regressou recentemente ao país após 14 anos no estrangeiro.

 


“Como ativista e como filho de São Tomé e Príncipe, estou aqui por solidariedade.
O Ednei é um jovem que tem dado voz a quem não tem voz.
Ele falou com emoção, porque viu a degradação do seu bairro e a situação do país.
É preciso que os órgãos de soberania tenham bom senso e compreendam esse lado humano.”

Apolinário Zeferino | Promotor cultural e ativista são-tomense (Pindó)




 

O ativista social apelou à calma e ao diálogo, destacando que a reação da polícia deve ser proporcional e sem intimidações a quem expressa opiniões.

 

 “Quando há exagero, a polícia deve agir, sim, mas de forma correta.
O que não pode acontecer é transformar este caso num exemplo para intimidar vozes críticas.
O Ednei recebeu a notificação e compareceu antes da hora marcada, com respeito e civismo.” 

 



O caso está agora nas mãos do Ministério Público, que decidirá se o ativista será ouvido pelo juiz de instrução.
Enquanto isso, vários setores da sociedade civil e da diáspora acompanham com atenção o desenrolar do processo, apelando à preservação da liberdade de expressão e à responsabilidade no uso das redes sociais.

 


“Todos nós somos emocionais e, às vezes, exageramos.
O importante é compreender o contexto e buscar soluções. O Edney é apenas mais um jovem que quer ver o país melhor. Que este caso sirva para refletirmos, não para dividir o país.” 
  Gelson da Mata | Cidadão





O caso de Edney Silva reacende o debate sobre os limites da liberdade de expressão em São Tomé e Príncipe e o papel das redes sociais na crítica social e política.


No final da tarde, o Tribunal da Primeira Instância decretou medida de coação sob fiança, fixada em 35 mil dobras, permitindo a libertação do ativista.



O caso reacende o debate nacional sobre os limites da liberdade de expressão e o papel das redes sociais no discurso público em São Tomé e Príncipe.


Jornalista:Varela Tavares
Imagens: Siclay Abril | RSTP

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