Adelino Guadalupe de 40 anos, residente em Favorita e
vendedor de fruta, no mercado de bobo-forro acusa agentes da Polícia Nacional de
agressão física e de lhe terem retirado uma quantia de 1.500, após ser detido
por urinar dentro do mercado de bobo-forro tudo aconteceu nesta sexta-feira por
volta das 17 horas.
Só me pegaram e me levavam para lá dentro e me deram 20 palmatórias, a única coisa que eu fiz foi urina só isso, eu queria saber porque se país não tem lei. Eu tinha por volta de 1.500 Dobras, eles maldaram-me tirar dinheiro, coloquei no chão, tomar uma saca também não sei aonde que eles colocaram saca nem o dinheiro.

Segundo a Guadalupe, no momento da detenção encontrava-se
apertado e teria procurado usar a casa de banho, mas todas estavam fechadas, o
mesmo lamenta como ira sustentar a sua família face a esta situação.
A partir de 17 horas já não tem casa de banho aberta, nenhum lado. Eu quero saber por que que eles me deram palmatória, que minha mão ficou assim, e eu sou vendedor de fruta e não tem como eu tirar fruta, não vou fazer nada com essa mão assim. Eu vou ficar com essa mão, desde ontem até hoje, e meus filhos, como vou dar eles o que comer.

Confrontada
com as acusações, a Polícia Nacional confirmou a detenção do cidadão,
justificando-a pelo facto de ter sido surpreendido a urinar no espaço do
mercado.
“Por volta das 16
horas, a polícia deparou com um indivíduo que estava urinando no espaço do
Mercado de Bobo Foro. Foi conduzido à esquadra para identificação”
A versão da corporação acrescenta que o homem teria
empunhado uma faca e recusado ordens policiais, motivo pelo qual se terá feito
uso da força.
Nós mandamos abrir o inquérito e as pessoas em que estão os envolvidos, os elementos policiais envolvidos, estão sujeitos a algumas medidas internas para melhor apurarmos os factos que ocorreram. E caso for comprovado o excesso por parte dos elementos policiais, garantidamente esses, portanto, iremos instaurar processo disciplinar, conforme o Regulamento Disciplinar da Polícia Nacional, contra os referidos elementos.

Sobre a alegação de apropriação do dinheiro, a Polícia afirma não ter sido informada desse detalhe
“Em momento algum,
o senhor frisou do valor em causa. Mas o processo está aberto para esclarecer
os factos”
Apesar de considerar o episódio como “um caso isolado”,
a instituição reconhece a necessidade de responsabilizar qualquer agente que
tenha cometido excessos de força.
A polícia é uma polícia próxima dos cidadãos e deve continuar nesse ritmo e a polícia está disposta a colaborar com todos.

A Polícia Nacional reiterou que está a desenvolver uma
campanha de proximidade com os cidadãos e apelou ao respeito pelas normas
básicas de convivência.
Não está autorizado urinar num espaço, inclusive num
espaço onde está a ocorrer vendas de produtos que depois serão consumidos como
alimentação. Quem adota o comportamento de civismo, a nossa rua e os nossos
espaços devem manter limpos e em condições, portanto, apreciáveis a todos.
O caso segue em investigação interna, aguardando o esclarecimento definitivo sobre a eventual prática de abuso de autoridade e apropriação indevida de bens.