As celebrações reuniram idosos, jovens, representantes de instituições públicas e da sociedade civil, num momento de reflexão e apelo à mudança de mentalidade sobre o papel dos mais velhos.
José, idoso:
"Os idosos hoje em dia já não são
como antes... é um bocado triste, sinceramente. Eu tenho deficiência de vista,
estou doente, mas estou aqui porque é dia de idosos, dia de gente mais velha,
pessoas que preservam a nossa cultura."

Para muitos, a proteção social é insuficiente, e a solidariedade das famílias e
da comunidade é essencial.
Janette
Ramos:
"Nós podemos proteger os nossos
idosos ajudando-os no que eles precisam, porque muitos idosos são carenciados,
não foram para a Segurança Social. Às vezes não têm como pagar as coisas para
comer, e nós podemos ajudar no que precisam."

Entre os mais jovens, fica a lição de que os idosos são guardiões da memória coletiva e precisam ser respeitados.
Jovem
participante:
"Eu aprendi que nós temos que
respeitar os idosos, porque eles são como uma relíquia para o nosso país.
Muitas vezes os familiares chamam-nos de feiticeiros, mas eles não são. Nós
temos que cuidar deles da melhor forma possível."

A Direção de Proteção Social, que organizou as palestras, reforçou o apelo para
que a comunidade mude o comportamento em relação à terceira idade.
Cláudia Benguela, Chefe de
Departamento da Direção de Proteção Social:
"Os idosos são as pessoas que deram
tudo de si. Hoje precisam de carinho e afeto, mas muitas vezes são abandonados
pelas próprias famílias. Temos que mudar a mentalidade e criar um sentimento de
pertença, porque hoje somos jovens, mas amanhã seremos idosos."

Além da sensibilização, instituições como o Ministério Público e a Polícia
Nacional participaram para alertar que os maus-tratos contra idosos
configuram crime e podem ser denunciados através do número 113.
Cláudia Benguela:
"Chamar um idoso de feiticeiro sem
prova é um crime de injúria. A nossa Constituição garante o direito à vida, e
quem cometer maus-tratos ou abusos pode ser penalizado pela lei."

O Dia Mundial do Idoso fica assim marcado por testemunhos fortes e
apelos à solidariedade intergeracional, reforçando que cuidar dos mais velhos é
também cuidar da história e da cultura de São Tomé e Príncipe.