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Entre tradição e dificuldades: Pescadores de  Micoló falam sobre a vida na pesca

Celebrado a 21 de novembro, o Dia Mundial das Pescas destaca a importância da pesca e da aquacultura para a economia global, para a segurança alimentar e para a preservação dos ecossistemas aquáticos.




Em São Tomé e Príncipe, esta data assume relevância especial, devido ao peso da pesca na subsistência das comunidades costeiras.


Na praia de Micoló, a pesca continua a ser tradição, identidade e principal fonte de rendimento para muitas famílias. Contudo, a atividade enfrenta desafios: condições de trabalho difíceis, instabilidade na captura e ausência de apoios consistentes.


“Eu já ouvi falar sobre isso sim, mas nunca ouvi falar sobre festa de pescador. Nunca vi.”



“Esses dias a pesca está no calo fraco. Não sei se é por causa de luar ou do clima. Esses dias atrás estava meio normal.”



“Dia que dá, dá. Dia que não dá, não dá.”




“Até agora eu ainda não vi colaboração. Apoio que eu sei é fio, anzóis, boias… isso é apoio. Se põem as coisas na praça mais caro, isso não é apoio.”



“Uso mesmo canoa. É muito perigoso. Cada dia que saímos para o mar é um risco de vida.”



“A festa tem que ter mais atividade para animar os pescadores.”

 

As dificuldades enfrentadas pelos pescadores refletem-se também no trabalho das palaíres, que dependem do peixe para o seu sustento diário.

 


“Às vezes vai ter peixe, às vezes não vai ter. Uma canoa tem, outra não tem. Às vezes vamos à praia e não vemos nada.”



“Quando não tem, tem que pegar outro meio de vida. Eu não vivo só de venda de peixe; faço outras coisas para sobreviver.”



“Os peixes são bons, tem dias que o mar dá bons peixes para levar para a cidade e vender.”



“É a primeira vez que ouço falar desta atividade aqui na praia de Micoló.”



“Pescadores e vendedoras de peixe precisam de muita ajuda. Às vezes compramos peixe em quantidade, mas não temos arca para conservar.”


 

No Dia Mundial das Pescas, as vozes de Micoló revelam a força e a resiliência de quem enfrenta o mar todos os dias, mas também deixam claro o apelo a mais apoio, melhores condições e maior valorização do sector.


 Texto :Ednel Abreu

Imagem: Eriqueson Tavares

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