Hoje, 6 de dezembro, homens de diversas instituições de São Tomé e Príncipe uniram-se numa marcha contra a violência doméstica, como parte da campanha internacional dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres.
“Esta marcha tem como objetivo
sensibilizar os homens para a mudança de comportamento e para que se tornem
agentes mobilizadores contra a violência baseada no gênero. Não se trata de um
dia de celebração, mas de reflexão e ação. Precisamos que os homens se sintam à
vontade para denunciar casos de violência e para contribuir na prevenção de
novos atos.”
A iniciativa contou com a presença de forças policiais, órgãos de defesa,
Ministério da Justiça, FUNUP e o Instituto de Droga. Todos juntos reforçam a
importância da participação masculina no combate à violência de gênero.
“Esta marcha não é apenas contra a
violência dirigida às mulheres, mas visa consciencializar toda a sociedade
sobre a necessidade de combater qualquer tipo de agressão. A presença dos homens
é essencial, pois eles podem ser protagonistas na mudança de comportamentos e
na proteção das mulheres e crianças.” Vera Cravid / Ministra da Justiça, Assuntos Parlamentares e Direitos da Mulher
“O movimento internacional começou em 6
de dezembro, no Canadá, após o assassinato de 14 mulheres. Aqui em São Tomé,
replicamos a iniciativa, reunindo homens de diferentes setores para mostrar que
juntos podemos reduzir a violência contra as mulheres, que ainda é,
culturalmente, perpetrada principalmente por homens.”
No Centro de Aconselhamento contra a Violência Doméstica, somente até outubro
deste ano, foram registados 254 casos de violência doméstica. Estes
números representam apenas uma fração dos casos em todo o país, que incluem
denúncias nos comandos distritais e na Polícia Judiciária, avançou Sonia Afonso.
“Apelamos aos homens que participem
ativamente, que sejam agentes de mobilização e que ajudem a construir uma
sociedade sem violência. O centro está aberto para orientação, não para
queixas, mas para prevenir e orientar mudanças de comportamento.”
A marcha de hoje reforça que o combate à violência baseada no gênero exige o
envolvimento de todos. Homens e mulheres unidos podem transformar a realidade
de São Tomé e Príncipe e construir uma sociedade mais justa e segura.