A greve dos trabalhadores da ENASA desta sexta-feira, rapidamente ganhou contornos de tensão.
Segundo informações recolhidas no local, um grupo de funcionários tentou furar o movimento grevista. A intervenção das forças de ordem resultou na detenção do líder sindical, episódio que gerou indignação entre os trabalhadores.

Perante o
cenário, o secretário-geral da UGT deslocou-se imediatamente ao local,
manifestando forte preocupação com aquilo que considera ser uma repressão
injustificada.
“Quero manifestar a minha estupefação pelo
facto de uma questão laboral ser
E riprida
pela força policial. Há um caderno reivindicativo assinado com o governo que
não foi respeitado, e os trabalhadores decidiram retomar a greve. Não vimos
nenhuma justificação plausível para a detenção do sindicalista. A greve não foi
declarada ilegal e, portanto, não havia necessidade da presença policial.
Apelamos para que tudo seja tratado dentro da legalidade.”
A UGT lamenta que situações como esta se repitam e sublinha que o direito à greve deve ser exercido no local de trabalho, não apenas como forma de reivindicação, mas também para garantir a integridade dos equipamentos e evitar que terceiros criem distúrbios que possam ser imputados aos trabalhadores, sobre a detenção dos grevistas o Secretario Geral da UGT foi categórico.
“Nós condenávamos, de forma obvia, essa atitude, pelo menos as imagens que eu tive acesso, a forma que ele foi algemado, ele reclamava as dores no braço e ninguém fez nada, e tanto mais que ele foi parar no hospital. Na nossa perspectiva, não há motivos para nós chegarmos a tão longe. O líder, mais os seres que vieram solidariamente na carinha com ele. Mas o que diz a lei é que se a empresa entende que devia-se fazer esses serviços mínimos, há formas próprias para se discutir o serviço mínimo. Não é furar a greve, não é furar a greve, é chamar o sindicato e encontrar uma forma. Agora sim, se tivesse sido decretado os serviços mínimos e os trabalhadores recusaram cumprir, aqui poder-se-ia fazer tudo o que fizeram. Mas não sendo esse o caso, é preciso saber por que chegamos a esse caso. Na ocasião de discussão, não tendo chegado a um acordo, então discute-se o serviço mínimo. Se eles entendem o que é serviço mínimo, segundo o que diz a lei. Agora, fora dessa figura de serviços mínimos, todo o resto é muito suspeito. Portanto, é suspeito e é condenável essa forma de lidar com as coisas. Era preciso ver se destruíram, se houve tentativa, se não houve tentativa. Era preciso ver muita coisa. Falando ao pé da letra, não houve a decretação de serviços mínimos. Logo, força policial não justificava. E quem medeia serviços mínimos é o Ministério do Trabalho. Essa autoridade é que tem a competência de chamar as partes e discutir, (porque cabe-lhes fazer a mediação. Então, essa mediação pode se encontrar vias possíveis. Não é o diretor que diz que vamos fazer serviços mínimos, não é assim. Tem que cumprir as partes. Cada um tem que cumprir a parte do acordo. É isso que tem que se fazer. Agora, se a greve fosse decretada ilegal, aquece. Eles não obedeceram e tinha que se tomar medidas outras. Mas medidas outras não é chamar a polícia. Medidas outras é contratar os próprios trabalhadores que entendem a matéria para eles irem trabalhar. Não é chamar a polícia. Se o aeroporto agora está parado, nenhuma algema vai resolver.” Costa Carlos | Secretário Geral da UGT
A situação na ENASA continua a ser acompanhada pelas estruturas sindicais pelas autoridades.
Jornalista: Varela Tavares
Imagem: Siclay Abril
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