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Os Serviços Prisionais continuam a enfrentar desafios significativos na gestão de pessoas privadas de liberdade, num contexto marcado por dificuldades estruturais, sobrelotação e necessidades ao nível psicológico e social.


A afirmação foi feita durante um momento de reflexão e encorajamento dirigido aos agentes prisionais.

 

“É um serviço desafiante para quem dirige e para os agentes que aqui trabalham. Lidamos com pessoas privadas de liberdade, cada uma com os seus conflitos internos. Este é um dia de reflexão, de resiliência e de coragem para todos os agentes.” Vera Cravid / Ministra da Justiça STP


 

Atualmente, a Cadeia Central alberga cerca de 300 reclusos, número que coloca pressão sobre a capacidade da instituição. Apesar disso, o Governo garante que estão em curso esforços para melhorar as condições de trabalho dos agentes e a segurança do estabelecimento.

 

“Estamos a trabalhar para melhorar as condições de trabalho dos agentes e também as condições do próprio estabelecimento prisional, tanto para visitas como para a segurança de quem aqui exerce funções.” Vera Cravid / Ministra da Justiça STP

 

Com a recente incorporação de 44 novos agentes,a preocupação passa também pela preparação psicológica e profissional para lidar com situações complexas no exercício da função.


“São elementos novos, que vão lidar com situações novas. É preciso resiliência, força e coragem para não se intimidarem com os desafios da profissão.”

 

A questão do acompanhamento psicológico aos reclusos foi igualmente abordada. Apesar de reconhecer limitações no número de profissionais, a tutela acredita no trabalho que está a ser desenvolvido.


“Não é fácil ter tantas pessoas concentradas num só espaço, cada uma com os seus fantasmas. É preciso acompanhamento psicológico e médico, e acredito que os profissionais que cá estão fazem o melhor possível.”

 

Outro eixo central é a **reinserção social**, vista como essencial para reduzir a reincidência criminal. Estão previstas formações e capacitações para agentes e técnicos, com foco nos direitos humanos e na preparação dos reclusos para o regresso à sociedade.

 

“O recluso está privado da liberdade, mas não perde os seus direitos. Queremos reforçar a reinserção social para que, quando saiam, estejam preparados e a sociedade os possa receber da melhor forma.”

 

Quanto ao futuro, o Governo admite dificuldades imediatas, mas garante que estão a ser dados passos concretos, incluindo estudos para a construção de um novo estabelecimento prisional, com destaque para a Região Autónoma do Príncipe, que atualmente não dispõe de uma cadeia própria.

 

“Há uma previsão e estamos a estudar a viabilidade de construção de um estabelecimento prisional no Príncipe, para permitir que os detidos cumpram pena mais próximos da família, o que facilita a reinserção.” Vera Cravid / Ministra da Justiça STP

 

Apesar das limitações financeiras e estruturais, as autoridades asseguram que continuam a trabalhar, passo a passo, para garantir condições mais dignas nos serviços prisionais e reforçar a justiça e os direitos humanos em São Tomé e Príncipe.


Jornalistas: Ednel Abreu


Imagem: Siclay Abril


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