Os funcionários da Empresa Nacional de Aeroportos e Segurança Aérea (ENASA) estão em greve, exigindo o pagamento de um subsídio de especialização que, segundo o sindicato, é um direito dos trabalhadores face ao aumento do custo de vida em São Tomé e Príncipe.

Durante a presença da equipa da Gleba TV no local, os grevistas explicaram que o subsídio tem sido aplicado a alguns setores, como o dos controladores de tráfego aéreo, mas não a todos os colaboradores da empresa.
“Nós estamos a reivindicar o nosso subsídio de especialização. O custo de vida está bastante alto, e entendemos que temos direito a esse apoio. Não pode haver dois pesos e duas medidas”, afirmou Arlindo Fernandes | Presidente do Sindicato dos Trabalhadores da ENASA.

De acordo com os trabalhadores, as negociações com a direção da ENASA estavam em curso, e existia um entendimento prévio para encerrar a greve. No entanto, uma nota informativa do Ministério do Trabalho classificou o movimento como “ilegal”, o que levou os grevistas a manter a paralisação.
“O documento não tem base legal. Consultámos a central sindical e o parecer jurídico. Decidimos avançar porque a nossa greve é legítima”, acrescentou o porta-voz do sindicato.

O primeiro-ministro e chefe do Governo, Américo Ramos, deslocou-se à sede da ENASA para acompanhar pessoalmente o processo negocial, apelando ao diálogo e à responsabilidade de ambas as partes.
“O país é uma ilha, só temos uma saída aérea. Uma greve na ENASA não afeta apenas o governo, afeta toda a população. Precisamos sentar e dialogar para encontrar uma solução equilibrada”, declarou o primeiro-ministro.

Ramos sublinhou que as dificuldades financeiras do Estado limitam a capacidade de atender todas as exigências salariais, mas reforçou que o Governo está empenhado em chegar a um entendimento.
“Temos que fazer compromissos e evitar extremar posições. Com boa conversa, vamos resolver o problema”, afirmou.
No final da tarde, o presidente do sindicato da ENASA, Arlindo, confirmou que as negociações estão num bom caminho e que o memorando de entendimento está em fase de preparação.
“As questões estão praticamente ultrapassadas. Assim que o memorando for assinado, iremos suspender a greve e comunicar oficialmente às companhias aéreas”, garantiu o sindicalista.

A população é, por agora, chamada à calma, já que as partes asseguram um clima de entendimento e diálogo para o desfecho do impasse.
Reportagem de: Varela Tavares
Imagens de: Gênesis Costa
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