Após várias reuniões com o Governo, incluindo um encontro recente no gabinete do Primeiro-Ministro, os profissionais da comunicação social decidiram avançar para a greve, alegando que os compromissos assumidos não foram cumpridos.
“Tivemos encontros com o Governo e
assinámos um memorando de entendimento que dava 20 dias para resolver os
problemas levantados. Mas nada foi cumprido. Por isso, decidimos entrar em
greve amanhã às 7h.” disse
Durante a
paralisação, o sindicato garante apenas serviços mínimos na Rádio Nacional,
como o serviço da agenda pública. Já a TVS estará totalmente parada,
conforme a lei.
“Na Rádio Nacional será garantido o serviço mínimo. Na TVS não haverá qualquer emissão. É o que está previsto na lei.”
A principal razão
da discórdia está na gestão da taxa do audiovisual, que segundo o
sindicato, falta transparência e clareza quanto à utilização dos fundos.
“Desde o início desse processo tem havido falta de transparência. A EMAE diz que colocou o dinheiro, o Governo diz que não recebeu. E nós ficamos sem saber quem fala a verdade.”
Para além da questão financeira, os profissionais pedem melhores condições de trabalho, respeito e dignidade salarial.
“Nós queremos melhores condições de
trabalho, o que não temos. Queremos uma dignidade salarial, o que não temos.
Queremos respeito, o que também não temos.”
A sindicalista denunciou ainda falta de respeito institucional, referindo casos em que jornalistas são impedidos de entrar em eventos oficiais devido à forma como estão vestidos.
“Muitas vezes somos barrados em atividades
oficiais por causa da roupa, quando saímos para trabalhar sem saber que haverá
um evento. Isso é falta de respeito.”
Apesar do clima de descontentamento, o sindicato garante disponibilidade para continuar as negociações durante o período de greve.
“Entramos em greve, mas as negociações não estão suspensas. Podem continuar durante a greve.”
A greve dos jornalistas e técnicos da comunicação social já esta em vigor, sem data prevista para terminar.
O sindicato espera que o Governo apresente respostas concretas para resolver as reivindicações e garantir condições dignas aos profissionais da informação em São Tomé e Príncipe.