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Escola Maria Manuela Margarido celebra centenário da poetisa que lhe dá nome

A Escola Maria Manuela Margarido esteve na tarde de ontem em festa para celebrar o centenário do nascimento da poetisa que dá nome ao estabelecimento de ensino. Um momento de cultura, memória literária e valorização da identidade nacional.


Conceição Deus Lima  / Poetisa  / Embaixadora da Cultura de STP 


“Foi com enorme alegria que participei nesta sessão festiva, cheia de jovens entusiasmados, para celebrar o centenário de Maria Manuela Margarido, um dos nomes fundacionais da literatura santomense. É sempre tempo para celebrar os nossos poetas. O universal começa no chão que pisamos, na nossa própria literatura.”


A convidada recordou ainda a importância de divulgar as obras da poetisa, garantindo que irá oferecer à escola uma cópia de “Alto como o Silêncio”, livro publicado em 1957 e há muito esgotado.


“Prometi aos estudantes e ao diretor que, assim que receber a cópia restaurada do livro, trarei uma versão para a biblioteca da escola. Os jovens precisam de conhecer este legado.” Conceição Deus Lima


Para a direção da escola, celebrar o centenário é mais do que assinalar uma data: é resgatar uma referência essencial da literatura e da luta pela liberdade.


“É uma honra organizar este evento. Muitos alunos conhecem o nome da patrona, mas não conhecem a sua história. Ela foi uma figura da educação, da escrita e da identidade santomense. Queremos que os alunos compreendam este legado.”Arindel Luciano / Diretor da Escola Maria Manuela Margarido



As atividades incluíram declamação de poesia, apresentações culturais e momentos de leitura orientada.


“Tivemos jovens a recitar poemas da própria escritora e criações da sua iniciativa. No final, teremos um bolo para assinalar simbolicamente o aniversário.”   Arindel Luciano


Para os alunos, o evento foi igualmente uma oportunidade de descoberta histórica e literária.


“Aprendemos que Maria Manuela Margarido foi poetisa e estudou na Casa dos Estudantes do Império, onde lutou contra o colonialismo através da escrita, mostrando a verdade dos contratados. O que mais me inspira é que ela, sendo estrangeira naquele contexto, não teve medo de lutar.” Daielma Camblé / Aluna da Escola MMM


“É importante que a escola tenha o nome dela, porque muitos alunos não conhecem esta parte da nossa história. Assim percebemos melhor o caminho para a liberdade em São Tomé e Príncipe.”Daielma Camblé


A celebração do centenário de Maria Manuela Margarido reforça a importância da literatura santomense na construção da identidade nacional.


Um gesto de memória, cultura e valorização das raízes que marcaram a história do país.