A Ministra da Educação Isabel Viegas de Abreu explicou que o atraso nas respostas aos estudantes se deve ao caráter complexo do processo, que envolve várias instituições, desde escolas portuguesas à própria Embaixada de Portugal. Após receber reclamações dos alunos, a ministra diz ter consultado a embaixada e recolhido informações antes de se pronunciar.
"Eu tive que me informar primeiro para poder responder à reclamação. Reuni
com a Embaixada de Portugal e com as entidades que fazem a matrícula dos
estudantes nas escolas profissionais."
A Ministra revelou que muitas escolas profissionais visitadas pela Embaixada de São Tomé e Príncipe em Portugal não possuem condições adequadas para receber alunos santomenses. Relatórios mostram problemas de alojamento, incumprimento de promessas e estudantes desmotivados.
"Algumas escolas não estão em condições de receber mais estudantes.
Decidimos rever todos os protocolos e só validar documentos de escolas credibilizadas."
Outro ponto crítico é o envio de menores de 15 anos para estudar no exterior.
Sem supervisão familiar e com autonomia financeira inesperada, muitos
estudantes enfrentam riscos, incluindo abandono escolar e vulnerabilidade
social durante as férias escolares.
"São crianças sem experiência de gestão financeira. Durante as férias,
ficam sem apoio. Por isso decidimos que estudantes de 15 anos já não podem
viajar."
A Embaixada de Portugal diz que recebeu cerca de 1.400 pedidos de visto,
dos quais 400 ainda aguardam análise. Para acelerar o processo,
funcionários começaram a trabalhar aos sábados, em regime de horas
extraordinárias.
"A secção consular está a trabalhar aos sábados, exclusivamente para
analisar os vistos de ensino profissional. Prevemos concluir todos os processos
nas próximas três semanas." Luís da Silva | Embaixador de Portugal em STP
Para evitar atrasos futuros, a embaixada promete reorganizar internamente o
setor consular, dando prioridade aos vistos de estudantes.
SONORA —
Embaixada de Portugal
"Os documentos obrigatórios estão
nesta lista simplificada. Se faltar um só documento, o pedido não pode ser
analisado."
A embaixada também alertou para graves problemas nos termos de responsabilidade
apresentados, muitos deles assinados por pessoas sem capacidade financeira
comprovada. Essa irregularidade impede a emissão do visto.
O Ministério da Educação garantiu que não interfere na atribuição dos vistos, mas continuará a acompanhar os processos para proteger os estudantes santomenses no exterior.
Texto: Varela Tavares
Imagem: TVS
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